PONDERAÇÃO ACERCA DOS RESULTADOS DO PRIMEIRO TURNO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2020
No último domingo (15/11), ocorreu o primeiro turno das eleições municipais de 2020. De acordo com o Ministro Luís Roberto Barroso (Presidente do Tribunal Superior Eleitoral), mais de 113 milhões de eleitores foram às urnas, mesmo em meio à pandemia do coronavírus. Ainda, salientou que a abstenção no primeiro turno – de 23,14% – foi pouco superior à abstenção verificada nas eleições gerais de 2018.
Visto o resultado das eleições, é possível verificar os seguintes pontos:
O número de abstenção nas eleições municipais foi o mais alto em 20 anos. Uma das explicações para esse número elevado, é o atual contexto de pandemia do novo coronavírus, que impossibilitou o voto de diversas pessoas, especialmente idosos.
Os candidatos apoiados pelo Presidente da República Jair Bolsonaro, não lograram êxito nessas eleições. O presidente fez uma lista de recomendações com 7 (sete) indicados para o cargo de Prefeito, mas 5 (cinco) dessas recomendações nem chegaram ao segundo turno. Além disso, as 2 (duas) indicações que conseguiram lugar no segundo turno não aparecem como favoritos nos resultados. Já entre os vereadores, o Presidente recomentou 5 (cinco) candidatos, sendo que destes apenas 2 (dois) se elegeram. Em outras palavras, pode-se afirmar que atualmente o peso eleitoral do Presidente Bolsonaro para eleger aliados é limitado.
Nota-se que se por um lado a esquerda amargurou um resultado negativo nessas eleições com a redução de espaço para partidos tradicionais, por outro lado há que se registrar como positivo a ascensão de novas lideranças no cenário político, como por exemplo o candidato Guilherme Boulos do PSOL que pela primeira vez irá para o segundo turno em uma eleição majoritária.
O MDB é o partido com mais prefeitos eleitos, enquanto DEM, PP e PSD foram os partidos que tiveram a maior alta de votação quando comprado com as eleições passadas, de acordo com levantamento realizado pelo Poder 360, utilizando como base os dados disponibilizados pelo TSE.
Boa parte dos partidos que obtiveram resultados positivos nas eleições municipais, fazem parte do “centrão”, que pode ser definido como um bloco de partidos que não defendem ideologias especificas, por isso conseguem se aliar a governos diferentes. Vale destacar que o Presidente Jair Bolsonaro, passou a se entender com o “Centrão” com o avanço de seu mandato, e justificou essa aproximação como uma forma de facilitar a aprovação de medidas propostas no Congresso.
Caiu o número de candidatos eleitos com títulos religiosos no nome de urna, de acordo com um levantamento feito pelo G1, a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Constatou-se que houve uma redução de 10% no número de políticos eleitos que adotaram essa estratégia. Há quatro anos, 541 candidatos a vereador e prefeito conseguiram ser eleitos. Neste ano, foram 485.
O impacto positivo dos prefeitos que atuaram de frente no combate à pandemia. De acordo com análise realizada pela BBC Brasil, para parte dos cientistas e analistas políticos, a pandemia acabou ampliando a liderança dos prefeitos e, por extensão, o impacto eleitoral de suas medidas contra a doença. Isso envolvia rigor das medidas de distanciamento social. Logo, aquele político que demonstrou rigor e preocupação no combate ao coronavírus, é melhor avaliado entre os eleitores.
Em suma, a partir do resultado dessas eleições foi possível constatar diversos pontos, como por exemplo o fato do eleitor estar mais atento a liderança dos políticos frente a crises sejam elas de saúde ou não. Em outras palavras, o eleitor percebeu a essencialidade de uma boa estratégia de políticas públicas.
Texto de autoria da estagiária de Direito Patrícia Machado, com a supervisão do sócio-advogado Leonardo Campos.
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