Temer: primeiro pronunciamento como Presidente

“Todos nós somos de uma discrição enorme”, e destaca que agora não levará ofensa para casa e assumirá atitudes com muita firmeza e diz que “a firmeza muitas vezes vem pela elegância da conduta, não vem pelo xingamento ou agressão”.

Michel Temer faz o seu primeiro pronunciamento como Presidente da República durante a primeira reunião ministerial e repudia a ideia de golpe. Destaca a necessidade de colocar o Brasil nos trilhos em todas as áreas. O seu governo terá a duração de dois anos e quatro meses e muitos desafios pela frente. Por meio da análise de seu discurso, o governo Temer tende a ser descentralizado, em que os Ministros terão um papel de protagonismo, desde que mantenham a capacidade de conduzir suas respectivas pastas e ao final possam ter o reconhecimento do povo brasileiro.

Não será uma tarefa fácil, conforme ressaltou Temer, tendo em vista o grande número de desempregados no país, em torno de 12 milhões. Segundo Temer “não há coisa mais indigna do que o desemprego”, fato que fere um dos princípios constitucionais, que é a dignidade da pessoa humana. Por essa razão, gerar emprego será uma das primeiras preocupações administrativas e legislativas do atual governo, com vistas a, exatamente, cumprir esse preceito constitucional. E, nesse sentido, enfatiza aos seus Ministros a necessidade do empenho em suas atividades.

Além disso, Temer pede aos seus Ministros a criação de grupos em seus respectivos Ministérios, com o objetivo de desburocratizar a adoção de medidas por estes órgãos.

Outro destaque do pronunciamento é sobre a relação dos Ministros com os seus respectivos partidos. Temer deixa claro que espera o diálogo entre eles, para que seja possível a aprovação de reformas necessárias para a superação da crise no país. A ideia é reunir as bancadas e esclarecer dúvidas, pessoalmente pelo Temer, para que possa haver a sensibilização para aprovação das propostas, como a do teto de gastos públicos, reforma da previdência e a adequação da relação de trabalho entre empregado e empregador.

Temer ressalta a ideia de um governo pluripartidário. “Não é um partido que está no poder e despreza os demais”. Ele espera que todos participem das políticas públicas do país.

Um dos pontos fortes do atual governo é a importância e vontade de se manter uma conexão permanente entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, por considerar que essa relação fortalece a democracia.

O ponto alto do seu pronunciamento é a confirmação da sua ida à China. O principal objetivo, segundo Temer, é demonstrar ao mundo que o Brasil tem estabilidade política e segurança jurídica. Ressalta que não está viajando “a passeio”. Informa que nessas 48h, será recebido pelo presidente da China, no dia 02/09, às 16h50. Após, terá reuniões bilaterais pedidas pelo Primeiro Ministro da Espanha, Primeiro Ministro do Japão, Primeiro Minsitro da Itália e Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita. E dando sequência à programação, Temer participará da reunião dos G-20, onde o Brasil tem assento e terá a oportunidade de se manifestar nos quatro eventos, ou seja, haverão quatro discursos.

Temer ressalta que é a primeira vez que revelará ao mundo essa unidade brasileira e tentará trazer recursos para o país. Outras viagens ocorrerão, com vistas a atrair investimentos e destaca que a o Brasil terá uma política de universalização das relações exteriores, para que não haja segmentação ou relação apenas com blocos específicos.

Finaliza o seu discurso desmistificando a ideia de golpe, considerando que não houve uma proposição de ruptura constitucional. Ao contrário, golpista é quem não respeita a Constituição. “Todos nós somos de uma discrição enorme”, e destaca que agora não levará ofensa para casa e assumirá atitudes com muita firmeza e diz que “a firmeza muitas vezes vem pela elegância da conduta, não vem pelo xingamento ou agressão”.

Daniella Barbosa Pereira